A obra reúne historiadores, cientistas políticos e sociólogos que oferecem um olhar renovador, crítico e, sem dúvidas, muito necessário para pensar sobre alguns dos desafios da democracia na América Latina.
Os artigos reunidos na coletânea Pensar as direitas na América Latina oferecem um rico olhar sobre atores e ideias direitistas em países como Argentina, Brasil, Chile, México, Uruguai, e suas conexões com outras regiões em distintos momentos históricos. O amplo arco temático inclui abordagens sobre partidos políticos, organizações religiosas, think tanks, periódicos, intelectuais, políticas públicas e os imaginários culturais.
A primeira seção do livro concentra-se sobre as direitas atuais e as causas de seu sucesso político, suas vinculações com a democracia, com as heranças das ditaduras recentes e com o neoliberalismo na conjuntura de final do ciclo da “maré rosa”. A segunda seção estuda as redes e organizações não partidárias de direita – think tanks, institutos, fundações e empresas editoriais – envolvidas na defesa de projetos econômicos neoliberais e autoritários. A seção seguinte enfoca alguns atores e conflitos culturais associados às direitas como universitários, escritores, artistas e intelectuais. A quarta seção dedica-se ao estudo da Igreja e organizações católicas como a Sociedade para a Defesa da Tradição, Família e Propriedade e os aparelhos de censura. Os textos da parte seguinte oferecem análises inovadoras sobre aspectos das ações políticas das ditaduras sul-americanas e de sujeitos a elas conectados: os jovens apoiadores do regime militar, políticas de habitação social e relatos dos repressores são algumas das questões abordadas. A última seção reúne artigos que enfocam a circulação transnacional de pessoas, publicações, ideias e sentidos identificados com direitas latino-americanas no século XX.
Uma obra de leitura indispensável para quem deseja entender o passado e, especialmente, o desafiador presente da América Latina.