Entre a contingência e o absoluto
Hannah Arendt, nascida na Alemanha em uma família de origem judaica e obrigada a emigrar em função da chegada de Hitler ao poder, dedicou sua vida ao estudo da democracia e das alternativas políticas que a ameaçam, especialmente o totalitarismo. Sua obra carrega uma tensão. Por um lado: se considera a busca por um fundamento filosófico absoluto para a política uma empreitada infrutífera, por outro lado não resiste à tentação de buscá-lo.
O livro Hannah Arendt, organizado de maneira não-convencional, explora essa tensão em favor de uma leitura não absolutista da política, isto é, argumenta que a democracia precisa aprender a se defender a partir de sua própria prática e experiência, ao invés de gastar tempo em demasia na perseguição de uma ilusão filosófica. Em um momento em que as democracias ao redor do mundo se veem ameaçadas por movimentos com características similares às daqueles que implementaram regimes totalitários no passado, essa é uma preocupação de primeira ordem.
Não apenas o pensamento de Arendt se prova atual e relevante para o entendimento da natureza da democracia e de suas ameaças contemporâneas: é imperativo que aprendamos com esta autora como podemos defender a experiência democrática sem apoio de um absoluto.
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Sobre o autor: Tiago C. Lazier é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP). Em sua pesquisa, dedica-se à investigação da política como uma prática estética que fundamenta a si mesmo, especialmente no pensamento de Hannah Arendt.