O livro Do partido único ao stalinismo é originário de uma detalhada pesquisa da cientista política Angela Mendes de Almeida sobre a história da Internacional Comunista. O trabalho inicial, defendido como tese nos anos 1980, foi complementado pela autora após a queda da União Soviética, em 1991, com revelações, depoimentos de testemunhas e pesquisas que complementaram e deram novas ênfases ao trabalho original.
Publicada agora pela Alameda Casa Editorial, a tese central da autora é que a decisão do bolchevismo de adotar o princípio de partido único resultou em uma série de soluções repressivas que, encadeadas e assoberbadas pelos acontecimentos trágicos do desenvolvimento do fascismo, do nazismo e da Segunda Guerra Mundial, acabaram por produzir o fenômeno do stalinismo.
A obra é estruturada em sete capítulos, dos quais a autora percorre desde os precedentes da Revolução Russa até o momento marcado pelas denúncias dos crimes de Josef Stálin, quando o primeiro-secretário Nikita Kruschev surpreendeu os delegados do 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) ao relatar políticas de perseguição, tortura e executação de opositores do stalinismo.
Escrito por uma autora socialista, o livro é, portanto, uma espécie de história crítica do movimento comunista que não tem equivalente na bibliografia brasileira. Desse modo, seu interesse não é apenas historiográfico: trata-se de uma obra que tem relevância para os debates políticos no Brasil contemporâneo.
Sobre a autora: Angela Mendes de Almeida é doutora em Ciências Políticas na Universidade de Paris VIII. Foi professora universitária em Lisboa (ISCTE) e no Rio de Janeiro (UFRRJ).
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