O Professor Jean Pierre Chauvin, da Escola de Comunicações e Artes (USP), publica uma resenha sobre o livro de Paul Dixon
Paul Dixon conhece toda a carga da crítica machadiana, brasileira e estrangeira. Em sua obra, o autor dedica-se ao romance machadiano, sob ângulos novos e reveladores, esclarecendo, por exemplo, a estrutura da obra, as relações interpersonagens, o processo progressivo do ensandecimento de Rubião e o conjunto sob o signo da “filosofia” do Humanitismo do “filósofo” pancada Quincas Borba.
Anteriormente publicou pela Nankin Editorial um minucioso estudo sobre as Memórias póstumas, intitulado O chocalho de Brás Cubas e em outras publicações estudos sobre contos do grande escritor.
O suporte teórico de Dixon, aliás muito discreto, é a tradição da Fenomenologia, ultimamente com apoio em E. Levinas. Ademais Dixon conhece toda a carga da crítica machadiana, brasileira e estrangeira. Isso implica dedicar-se ao romance machadiano, sob ângulos novos e reveladores, esclarecendo, por exemplo, a estrutura da obra, as relações interpersonagens, o processo progressivo do ensandecimento de Rubião e o conjunto sob o signo da “filosofia” do Humanitismo do “filósofo” pancada Quincas Borba.
Outro mérito, e não dos pequenos, deste livro é a dilucidação da postura do narrador, entre a primeira e a terceira pessoas, revelando sua complexidade e astúcias com as personagens e ainda com as contradições da sociedade brasileira tais como elas estão formalizadas na narrativa. Então Dixon evidencia que se trata de um olhar e uma voz irônicos, paródicos e satíricos.
Por linhas tortas, uma frase dita por Rubião, no período áureo do gozo da fortuna que Quincas Borba lhe legara, trata de inúmeros outros problemas, literários, sociais e humanos, e isso chama o leitor atual a ler com atenção este livro, sobretudo democrático, especialmente nestes nossos tempos sombrios e em crise e cujo futuro não alcançamos descortinar. É uma nobre lição, da qual aprendemos e aumentamos sem fronteiras a admiração pelo nosso escritor maior. Este livro de Dixon ajuda a mostrar como em Machado de Assis há de quase tudo e mais um bocado.
Confira aqui a resenha do Professor Jean Pierre Chauvin
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