Dos salões às páginas de jornal
Por cinco décadas, mais de duzentos contos de Machado de Assis foram publicados nos jornais cariocas. Ao longo dos anos, o escritor compilou algumas dessas histórias em sete antologias, as quais eram noticiadas nos jornais. Analisam-se, no livro Machado de Assis Contista, as publicações originais desses contos nas folhas públicas, as composições das sete coletâneas organizadas pelo autor, a recepção da crítica especializada e a recepção saída no “calor da hora”, impressa nos jornais da época. Assim, este estudo oferece um percurso no processo de consagração dos contos machadianos e dá pistas acerca do gosto literário dos leitores brasileiros oitocentistas.
A importância dos romances de Machado de Assis para a história da literatura brasileira eclipsa, muitas vezes, a composição de seus contos. A produção dessas narrativas breves, no entanto, estende-se por toda a sua carreira literária, desde a década de 1850, quando começa a publicar nos jornais até o seu falecimento, no início do século XX.
Apesar dessa relevância, muitas das histórias lançadas em jornais e não recolhidas pelo autor para compor as antologias repousam nas páginas avulsas dos periódicos oitocentistas, ignoradas pelo grande público que conhece apenas um número limitado dessas narrativas. A pesquisa nas fontes primárias como jornais, cartas, contratos e primeiras edições revela a recepção dos contos machadianos à época em que saíram nos jornais e que foram coligidos pelo escritor, desnudando os (im)pactos do mundo beletrista do século XIX, ao mesmo tempo em que demostra como os contos de Machado de Assis vão, paulatinamente, sendo consagrados nos jornais e pelos jornais.
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Sobre o autor: Valdiney Valente Lobato de Castro possui mestrado e doutorado em Estudos Literários (ambos pela Universidade Federal do Pará) com pesquisas sobre a circulação do texto literário por meio dos impressos na segunda metade do século XIX.