A obra não apenas registra a trajetória de 50 anos do jornalista Humberto Mesquita, conta uma história particular do Brasil e dos meios de comunicação de massa.
As memórias de um jornalista são sempre, de alguma forma, as memórias do país. Estas de Humberto Mesquita são especiais. O interesse pela política e pela cultura popular Mesquita trouxe da família e da infância nordestina, que permanece, orgulhosamente, no sotaque de sua fala e de sua escrita. O saber-fazer jornalístico foi sendo construído ao longo de uma carreira de sucesso no rádio e na TV. Mesquita foi o jornalista que apertou Lula e tornou-se o seu colega, o líder sindical que preservou empregos da falida TV Tupi, o repórter criativo criou e produziu programas sob censura e que encontrava brechas para falar dos temas proibidos e apoiar militantes nos anos de chumbo. Coisas que eu vi não apenas registra a trajetória desse jornalista, conta uma história particular do Brasil e dos meios de comunicação de massa. Também acerta as contas com um presente difícil, em que as marcas do horror antecipam a chegada da crise do coronavírus, ponto final da obra.
Por fim, ao longo de seus cinquenta anos de atividade jornalística, a obra de Humberto Costa é uma espécie de cápsula do tempo, onde encontram-se personagens imprescindíveis da história brasileira, como também grandes marcos e conflitos do país. O autor deixa uma importante lição sobre o jornalismo brasileiro para as futuras gerações, “fazer jornalismo é fazer história”, conforme reconhece o próprio Humberto Costa.
Sobre o autor: Humberto Mesquita é um jornalista que atuou nas principais emissoras de rádio e televisão no Brasil, como a Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, e as TVs Bandeirantes e SBT, em São Paulo.